quinta-feira, agosto 21, 2008

Um trecho de Guy Debord


"No bairro da perdição onde veio parar minha juventude, como que para terminar de se instruir, parecia que haviam marcado encontro os sinais precursores de um próximo desmoronamento de todo o edifício da civilização. Ali permanentemente só se encontravam indivíduos que só poderiam ser definidos negativamente, pela boa razão de não terem nenhuma profissão, não se ocuparem com nenhum tipo de estudo e não praticarem arte alguma (...) Nenhuma doutrina reconhecida moderava a conduta de ninguém e, mais que isso, nenhuma vinha propor àquelas existências alguma ilusória finalidade. Diversas práticas de um instante estavam prontas a expressar, à luz da evidência, sua tranqüila defesa. o niilismo é talhado para moralizar assim que é tocado pela idéia de se justificar: um roubava os bancos e se glorificava por não roubar os pobres; outro nunca havia matado ninguém quando não estava enfurecido. Apesar de toda essa eloqüência disponível, eram as pessoas mais imprevisíveis e, por vezes, muito perigosas. Foi o fato de ter passado por tal meio que me permitiu, depois, dizer algumas vezes, com a mesma imponência do demagogo dos Cavaleiros de Aristófanes: "Cresci nas ruas, eu também!" (Guy Debord, 1931-1994)

3 comentários:

Flávio Corrêa de Mello disse...

Fala aí Leo!

Você anda lendo essas coleções da conrad!
Realmente, você vai detonar a formação de seus alunos. Parabéns pelo blog. É bom saber que você ainda continua na ativa, vou te linkar lá no rio movediço.
Assim vou sempre me lembrar de ler seus 'posts'

abraços e saudades

Leonardo Martinelli disse...

É, Flavinho, sempre...
Eu linko o teu blog tb. Maso meu pouca gente lê...
Vamos marcar um dia. Abraço!

Flávio Corrêa de Mello disse...

ô camarada, tem de postar cosntantemente, com o tempo e os diálogos vão aparecendo os leitores. Tem uma pequena análise que fiz sobre minos lá no blog. Dê uma olhadinha, abraços!