quinta-feira, outubro 23, 2008
ELEGIA/JC (para Luiz Carlos Lima)
Um canário canta,
meu amigo ronca - e o
cronópio portenho
sussurra:
“Quisiera ser
tu Virgílio – pero
nada te puedo decir sino que
la Humana Comedia
es asi como un ronco dulce,
um assovio estrídulo –
esse vídeo tão
pouco real,
essa noite tampouco
(a não ser pelo sono adiado)
mas teu cérebro
canta, sem
fome nem método,
teu fôlego trôpego
avança
sobre a página branca
do dia, e a voz sem corpo
está morta há
duas décadas (como
aquela feroz, de um beatle
talvez) contudo quiseste
ouvir-me – entonces
insista, carajo -
desfira tua malícia
de crítico falido em mim,
esqueça a voz
da amante histérica
(não pode ser pior
que o canário e o amigo)
- lembra: esta fita não vale
uma úlcera! –
e assim
bradava o cronópio,
enquanto meu
ânimo ia entre
doses de aguardente
e os soluços
de Bruno, o ronco
de Sandro,
os trabalhos e os dias.
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2 comentários:
Luiz Carlos, grande utópico. Professor de cultura brasileira, literatura brasileira e utopia. Bom poema, Leo. Um beijo.
Que bom vc por aqui, Rafaela! Saudades, mande beijos a todos, estou bem (e pinta no meu orkut, meti um monte de videozinhos fodaços por lá).
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