terça-feira, novembro 11, 2008
domingo, novembro 09, 2008
sábado, novembro 08, 2008
O que o Saldanha disse do Obama
"Ele vai aterrisar o avião devagar" -
é tudo o que queremos, não?
Welcome to China, the times they're are a a'changin'
- and a hard rain's gonna fall...
De Marechal para Marechal
Alvinho, meu querido, sim, vou concluir a resenha sobre o livro do Nuno Ramos - esplêndido, aliás - maas não, Marechal, não sei daquela outra, viu?
Sei que concordo com você em quase tudo, que seus cortes no meu poema sobre a cadela foram de suma importância, que a sinceridade não é para qualquer um....
Quanto ao seu Orson Othelo, Grande Welles, dá o maior pé! Escreve, porra, pára um pouco.
Outra coisa meu filho: cinco dias sumido é recorde. Você devia morrer, Marechal, para não ser uma prova viva de que até o desregramento pode ter o seu rigor.
Mas ninguém quer isso... Boa noite, caríssimo, espero que tenha chegado em casa são (?) e salvo.
E obrigado por alimentar meu rancor com a alegria imensa de ver supostos rivais caírem por terra no lodo obscuro da linguagem...
Sei que concordo com você em quase tudo, que seus cortes no meu poema sobre a cadela foram de suma importância, que a sinceridade não é para qualquer um....
Quanto ao seu Orson Othelo, Grande Welles, dá o maior pé! Escreve, porra, pára um pouco.
Outra coisa meu filho: cinco dias sumido é recorde. Você devia morrer, Marechal, para não ser uma prova viva de que até o desregramento pode ter o seu rigor.
Mas ninguém quer isso... Boa noite, caríssimo, espero que tenha chegado em casa são (?) e salvo.
E obrigado por alimentar meu rancor com a alegria imensa de ver supostos rivais caírem por terra no lodo obscuro da linguagem...
quarta-feira, novembro 05, 2008
Retrato cubista (para cdcl)
Não há remédio
para cólicas e abismos
afetivos:
você ali sentindo as
dores dentro e
o amor através -
além das
expectativas
mofadas ao
sol, eternas
cativas dos
malefícios fiscais
sem retorno -
do sorriso
infantil às margens
da Lagoa
após uma palavra
afiada
da última vez etc. -
então
o telefone
público
explode em cacos
oito meses
de idas sem volta -
esperas
tão banais
quanto um arco
e flecha
de brinquedo
um beijo sem retorno
ou dez mil pixels
de Picasso
(não esqueceremos
nada disso
querida,
e no entanto queremos
dormir em paz.)
quarta-feira, outubro 29, 2008
ELEGIA/ACC
Não,
Ana, nem
vem que não
tem: que
há para celebrar?
Teu salto
descalço na piscina
vazia?
As vinte e poucas
edições de tuas
obras
incompletas?
Os poemas
em
tua homenagem,
as mil e
uma teses de mestrado
calcadas
nas entrelinhas
do teu
desespero?
Não, Ana. Esqueça.
Sabe das novas? Armando
vai bem, Eudoro
também, Angela lhe quer
bem, mandou
um beijo
inclusive -
disse que lamenta,
infelizmente
não
pretende
comparecer ao
enterro
de tua última quimera.
Isso é meio
cruel.
E daí? Foda-se,
Ana C.,
você exaspera
qualquer um
com dúvidas, dívidas
filhos e culhões
com esses ares
de sereia pré-rafaelita
perdida
no Baixo Gávea -
tanto
tesão, meu deus
tanto ardor e
catecismo sex drugs
and rock'n'roll
pra quê
caralho! - tudo
se esvai
num brinde inútil
ao Vazio.
Você não merece nem
um poema frio.
Nem flores de outubro
a teus pés.
Tudo bem, deixa
quieto. Mantenha contato,
o povo daqui
ainda gosta muito
de ti.
Vê se muda de ares -
abraço,
Leo
De Chirico + Yves Bonnefoy = ?
VERO NOME
Yves Bonnefoy (Tradução de Lenilde Freitas)
Chamarei deserto a este castelo que tu foste,
Noite à tua voz, ausência à tua face,
E quando caíres sobre a terra estéril,
Chamarei nada ao raio que te trouxe.
Morrer é um país que tu amavas. E eu venho
Eternamente por teus sombrios caminhos.
Destruo teu desejo, tua forma, tua memória,
Sou teu inimigo que não terá piedade.
Chamar-te-ei guerra e sobre ti
Tomarei as liberdades da guerra. Terei então
Em minhas mãos o teu rosto, obscuro e trespassado,
E em meu coração o país que acende a tempestade.
Da crepitação noturna de uma terra supliciada,
Necessita a luz para surgir
E é de bosques tenebrosos que a flama salta.
O próprio verbo sonha a essência,
Uma plácida margem além do canto.
Para que vivas, precisarás transpor a morte.
A mais imácula presença é um sangue entornado.
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